Terça-feira, 25 de março
Acho que a principal lição que o dia de hoje me deu é: não negligenciar o meu sono. O meu voo pra São Paulo era às 03 da manhã e eu não dormi o dia inteiro (nem mesmo conseguiria, estava muito ansiosa e com medo de perder o voo) o que resultou numa experiência horrível de aeroporto; não cheguei a ter uma crise de ansiedade ou pânico, mas comecei a sentir dor em lugares específicos, minha cabeça começou a crisar e ficar cheia de paranóias e eu achei que fosse morrer. Minha mente me convenceu que eu não devia tá ali, e sim em casa, e entrei numa espiral de pensamentos tão grande que eu só pensei que seria melhor morrer para o momento acabar. o sono me venceu em algum momento do vôo e eu acabei dormindo eventualmente; uns 10 minutos antes do avião pousar eu acordei e percebi que não era pra tanto, eu não estava fazendo nada de errado. Os sintomas físicos passaram (em parte), o que me ajudou a perceber que tudo era uma soma de paranóias irracionais que eu deixei meu cérebro me levar
Cheguei em Curitiba às 10 da manhã bem incerta do que fazer: Ainda estava com muita sombra da crise da madrugada e não tava afim de seguir a programação que planejei pro dia num momento de melhor humor, então eu fui pro hotel na esperança de fazer um check-in antecipado ou então esperar até dar o horário na recepção. Como nada nunca está tão ruim que não possa piorar, eu levei um golpe de 40 reais no Uber. Como eu odeio uque tenta ser esperta por cada pedacinho, puta que pariu. odeio viver.
Tinha mandando mensagem pra minha psicóloga mais cedo pra tentar puxar uma consulta mas o único horário que ela tinha disponível foi o mesmo que eu tinha marcado com um grupo de fãs da olivia que conheci num grupo de whatsapp: acabou que eu optei por sair e fazer a terapia de exposição forçada ao invés de ficar crisando no meu hotel.
Deixei o hotel um pouco mais cedo do horário marcado, tipo uma hora antes, para dar rolê pelo centro antes do horário de encontro, fui em vários brechós/sebos e qualquer local de antiguidades. Eu adorei muitos de lá mas infelizmente não tive tempo pra analisar tudo com a calma e atenção que eu gosto, mas acabei comprando o livro “Quero estar acordado quando morrer: diário do genocídio em gaza” do autor Atef Abu Saif em um sebo bem simpático, tinha até um vinil da olivia exposto lá kkkkkk.
Encontrei o grupinho e andamos pelo passeio público, pelo parque barigui e pelo parque de brinquedos que fica dentro do barigui (parque da cidade?), e sim, eu passei mal novamente! Mas aí foi burrice minha, eu inventei de comer churros e ir no brinquedo que balança muito, e eu não pulei essa parte do texto, eu não almocei, então, a cada volta que o brinquedo dava, eu sentia o churros balançando no estômago de um lado pro outro. Depois anoiteceu e a gente pediu um uber e foi no karaokê e acabou que o nosso rolê deu origem a um rolê maior de fãs da olivia e foi ótimo. o pessoal começou tímido e eu e uma meninas puxamos o karaokê começando com The Climb - Miley Cyrus (que eu errei pra caralho), mas o povo animou, teve música da olivia e o role foi até tarde mas eu fui pro hotel dormir e descansar pro próximo dia. - que era o dia do show.
Às vezes na minha vida acontecem esses momentos que são difíceis de acreditar que não saíram de um filme, e às vezes são noites inteiras. - um karaoke com uma galera que eu conheci no mesmo dia, a gente dominando o bar e sufocando a coitada da bartender que estava trabalhando sozinha e a galera tentando escolher músicas que todos conheçam. Também me diverti com a reação das pessoas chegando e vendo aquele role enorme, teve até mãe e filha por lá!
Quarta-feira, 26 de março
DIA DE VER A OLIVIA RODRIGO!!!!!! Acordei às 05 da manhã (até porque tinha ido dormir 00:00 e menos que isso não ia rolar) mesmo o despertador tendo tocado às 04, levantei pra tomar banho e me arrumar. Minha escolha de look foi: um vestido tomara-que-caia xadrez, meia-calça de strass e meu tênis de sempre mesmo. Por cima, levei um moletom preto básico. Bem era SOUR. Com a maquiagem: fiz um mix de sombras marrom no côncavo, azul debaixo dos olhos (no local de lápis de olho), um delineado marrom e glitter onde cai as lágrimas ; Colei umas pedrinhas que comprei na lojinha aqui da cidade que gostei MUITO, e misturei os tamanhos diferentes. Dava de ter colocado no cabelo igual as meninas fazem da “tendência”, mas eu não levei cola pra isso. Aliás, a maquiagem em si durou bastante, menos o blush. Final do show tava pálida (mas isso foi… 18 horas depois); Gostei da minha escolha de look: o vestido de viscose é bem fresquinho e não me deixou passar calor, o moletom não me deixou passar frio e eu podia tirar se esquentasse.
O que não gostei tanto: Acabei levando uma capa de chuva enorme que mal usei, e eu achei que não poderia entrar com a canga que eu levei (achava que ia ter que jogar no lixo) então admito que foi meio chato pecar pelo mais, tive que prender ambas na alça da minha bolsa porque eu não tinha espaço dentro. A fila da Olívia foi bem de boa e suportável, acredito que pelo público jovem. Eu cheguei umas 07 da manhã na fila e peguei o número 834, o que na hora me deu pânico e eu comecei a pensar que não valeu a pena todo o esforço. Na minha frente e atrás tinha dois grupos de amigas, as da frente pareciam ser mais novas do que eu e me dei melhor, mas as de trás eu nem cheguei a falar. Sendo sincera, na fila mesmo, ninguém fez o esforço para socializar comigo, imagino mesmo porque os dois grupos deveriam se conhecer há bastante tempo, e as meninas da frente moravam em curitiba, eu percebi porque elas trouxeram várias coisas pra depois enviar de uber flash pra casa, então elas tinham essa rede de apoio. Na minha jornada sozinha de fila eu deitei no chão (na canga), descansei a vista, prestei atenção na conversa alheia, falei “não, obrigada” pros ambulantes umas 30 vezes, comi os snacks que levei, pedi meu almoço, bebi bastante água e fui no banheiro 3 vezes; No celular mesmo eu só vi os grupos de fãs da olivia, mandei mensagem pra minha mãe e pros meus amigos, tirei fotos e gravei vídeos, e dei dicas pras pessoas que estavam chegando perdidas da fila de onde o final se encontrava; Não tive ânimo pra muita coisa na fila, só de pensar que eu veria a olivia em breve, minha barriga começava a ficar esquisita e eu ficava nervosa.
Entrei no estádio, e o caminho da entrada pra dentro do estádio me deu uma vontade grande de chorar. Não podia acreditar que eu ia conhecer a Olívia e que esse evento que eu venho esperando há meses estava finalmente acontecendo.
(...) OLIVIA RODRIGOOOOOOOOOO volte pra mim :( Foi tudo tão mágico e especial e a Olivia é tão linda pessoalmente, ela parece uma boneca cara eu amo ser livie eu AMO a Olivia como pode essa menina me fazer tão feliz meu deus!!!! eu consegui ficar TÃO pertinho dela e ela olhou pra mim e riu e eu to TÃO feliz de ter ido no primeiro show de estádio dela. Tinha alguns momentos que ela tentava falar e não conseguia, parava pra falar o quanto estava alto o público, ficava sorrindo toda hora, coisas e maneirismos que eu não tinha visto ela fazer antes. Claro que ela tava muito feliz e eu fiquei muito feliz também. Começar o show com “obsessed” foi a melhor escolha de todas, eu gritei TANTO, e o começo “if i told you how much i think about her you’d think i was in love” é simplesmente icônico, na 3a música (Vampire) eu já tava sem voz. Eu pulei tanto e meu pé doeu tanto que num ponto do show eu achava que minha unha tinha caído kkkkkkkkk Não tenho nem palavras pra descrever o quão especial foi, tudo foi muito bem organizado e extremamente animado, tava tudo incrível demais, cantar minhas músicas favs ao vivo, ver a OLIVIA, que show maravilhoso, vou sentir muita saudades disso “Eu vou amar tanto vocês. Eu acho que todos estão certos quando dizem que vocês são a melhor plateia do mundo.”
Quinta-feira, 27 de março
Acordei com a camareira do hotel abrindo a porta do meu quarto (?) Juro?? Que povo esquisito. Eu só olhei pra ela deitada da minha cama e falei “precisa limpar não”! (...)
Eu acordei bem tarde então meu plano de andar de ônibus turismo por curitiba foi por água abaixo, mas não foi uma questão que eu me estressei muito porque antes as meninas me falaram que estava lotadíssimo, atrasando muito e nem circulando direito então eu nem animei muito de comprar, talvez eles tenham subestimado a quantidade de turistas na cidade. Andei um pouquinho pela rua XV de novembro e fui ver as lojinhas-de-tudo que tem por lá mas não me animei muito, tô numa fase “sem comprar” besteiras que me ajudou a ter certos luxos nessa viagem e sinceramente não fiquei afim de ficar comprando cacareco e coisas inúteis para acumular em casa? Mas sendo hipócrita, eu parei em dois sebos e comprei: 1) Um Cd Positions Deluxe da ariana grande e um 2) livro de turismo bem antigo “BRASIS: viajando pelos parques nacionais” que é um diário que descreve percorre vários parques nacionais brasileiros. Não me queixo nem arrependo de nenhum, amei comprar os dois, vou guardar os cds junto com minhas coisas da ariana e espero ler o livro em breve. Mas depois de um tempinho eu enjoei do centro e fui de Uber mesmo nos únicos pontos turísticos que fiz questão: Jardim Botânico e Museu Oscar Niemeyer. O Jardim Botânico eu achei bem bonito e charmoso, tava fazendo um super sol por lá e tava um dia lindo pra fazer um piquenique ou só estender um paninho e aproveitar a vista; O Museu do olho não tava nos seus melhores dias, não achei nenhuma exposição -tão- interessante assim, mas achei que valeu a pena conhecer um projeto arquitetônico que gera debates até hoje (eu particularmente gosto), só me arrependi de não ter comprado nenhuma lembrancinha ou souvenir na loja, mas é que ela fica na entrada e bem distante da saída e eu tava mais ansiosa pra entrar e ver as exposições antes até porque nem sabia mesmo se ia gostar de alguma coisa. Eu sempre acho que vou perder algo importante nos museus e sou o tipo de pessoa que gosta de ficar muito tempo olhando para uma obra até descobrir como ela faz eu me sentir. Gostei de conhecer Curitiba, foi mais uma viagem rapidinha que eu to ansiosa pra voltar pra rotina. Mas espero voltar em breve e conhecer mais gente legal e mais da vida noturna.