diário de viagem:salvador

This article was published on 2025-05-04 .

A vista de Salvador do avião me animou: o mar azulzinho contrastando com as casas coloridas, alimentados pelo dia de sol me impressionou e eu imediatamente mandei mensagem pra minha mãe: “Cidade mais linda do mundo. Não vou voltar.”, ela respondeu “E vai viver de quê agora?”, eu repliquei “Não sei ainda. Vou descobrir.”. Eu cheguei na cidade por volta das 11 da manhã e sabia que ia ter que “fazer hora” na rua porque o meu check-in no airbnb era só às 14:00. Antes de vir, eu tinha lido um pouco no twitter (jogado algumas palavras-chave na lupa do twitter tipo salvador+assalto ou salvador+assaltado, enfim) e tava com um medo um pouco irracional de furto e assalto (sim, até mesmo dentro do aeroporto): eu não queria ficar 2 segundos longe da minha bolsa e da minha mala com medo de alguém roubar. Um momento bem engraçado foi quando eu tava sentada na praça de alimentação do aeroporto, quando fui pedir o meu almoço no Bobs e levei minha mala junto comigo na bancada quando fui fazer o pedido. Eu fiquei não ironicamente uns 15 minutos decidindo se eu pedia pro moço do meu lado, que também era jovem, “dar uma olhadinha” na minha mala que ficaria na minha mesa enquanto eu pedia, mas minha ansiedade tava tão irracional que eu só levantei de mala e tudo pra pedir uma comida num balcão que tava a 2 metros de mim. Na hora de pegar o meu pedido no balcão eu deixei minha mala na mesa, mas sempre olhando pra trás pra conferir se ninguém tava mexendo. A minha “pesquisa” sobre a segurança de Salvador não se estendeu a distância do aeroporto pro centro da cidade: o valor do Uber até a Barra (bairro onde eu estou hospedada) tava dando 70 reais e eu só 1) achava ridículo o valor 2) não estava com pressa então eu sabia que eu ia ter que fazer algum modo alternativo pra chegar até la. Mais cedo eu tinha visto uma placa no aeroporto sinalizando o metrô ai eu fui pesquisar se a estação era próxima ou como fazia pra ir de lá do aeroporto. Acabei descobrindo que passa um ônibus de 15 em 15 minutos em frente ao aeroporto e deixa na estação de metrô mais próxima e foi isso que eu fiz: peguei o ônibus até o metrô e peguei um metrô até uma estação que o entorno não fosse tão perigoso pra eu pedir um Uber de lá (parei umas 3 estações antes do centro). De lá, eu fui de uber até a barra, pagando 30 reais (ou seja, economizei 35 reais se contar a passagem que eu paguei de metrô de r$5). Eu cheguei no airbnb e a Deisy me recebeu e foi muito querida e simpática comigo. Perguntou se eu já tinha programação pro dia e eu falei que não, então ela me recomendou ir pra praia da barra, dar uma volta do Porto até o farol: eu sinceramente nem sei da onde eu tirei forças pra ir depois da viagem e de ainda gastar energia no trajeto mas eu tomei um banho bem rapidinho e fui. A praia era a uns 5 minutinhos do Airbnb porém as ruas tem bastante subida/descida, parece Manaus. Eu tava indo até que eu vi um sebo que vendia vinis,dvds e cds antigos (mídia física) e parei pra entrar. Eu sempre trago mídia física de presente pra Liana, quando eu vim de Manaus eu trouxe um box dos filmes de crepúsculo e quando eu vim do Rio eu trouxe um cd das spice girls. Eu dei uma olhada no catálogo deles no geral mas o moço ficava me questionando toda hora se eu tava atrás de algo em específico e eu tinha que ficar sempre respondendo que não, não tava atrás de nada em específico, então não garimpei muito por lá. Eu comprei o presente dela e desci em direção a praia. Esqueci de mencionar que eu inocentemente fui vestida com uma blusa do Flamengo, e especificamente nesse dia o Flamengo tava em primeiro lugar no campeonato brasileiro e o Bahia em segundo, ou seja, eu acabei levando umas encaradas na rua. Desci até a praia do Porto da Barra e amei ela! Cheguei já era umas 16 pra 17 horas, fui cercando os guarda-sois e peguei uma cadeira no cantinho, onde tinha algumas pessoas solitárias e outras fumando maconha em grupo e fiquei curtindo e vendo o pôr do sol. Acho que ali tava todo mundo “na mesma sintonia”, tava tocando um reggae bem baixinho, como musica de fundo. Pedi pra uma moça olhar minha ecobag pra mim e quando eu dava um mergulho e também amei o mar: bem gelado e calmo. Amo mar calmo, nada melhor que banhar sem se preocupar em levar um caldo. Salvador é perfeito. 29 de junho de 2024 O meu passeio hoje por Salvador foi perfeito, eu adorei. Minha ideia inicial era apenas ir ao Mercado Modelo comprar uns soulvenirs pra dar de presente e acabei passeando bastante pelo centro da cidade. Fui à farmácia que tinha próxima (me arrependi imediatamente quando eu entrei e vi os preços, os queridos simplesmente enfim as facas mesmo sem dó) e acabei encontrando o Centro das Histórias de Salvador: entrei pra me informar e descobri que a entrada era gratuita, e fui dar o passeio. Primeiramente eu entrei com uma família e ouvia junto com eles quando os guias explicavam as exposições. Mas depois eu fui fazendo meu próprio ritmo de absorção das informações e sempre encontrava alguém pra me juntar quando precisava ouvir os funcionários. De lá, um moço me recomendou o “Museu do Carnaval”, que chegava lá subindo pelo Plano Inclinado (que é basicamente um elevador maior, falei que Salvador tinha muito morro, igual a Manaus mas eles criaram várias soluções pra facilitar isso, tipo o Elevador Lacerda), e me deu as instruções de como chegar lá a pé. Acontece que quando eu cheguei no Plano Inclinado, descobri que não tava funcionando naquele momento e fiquei bem frustada porque aquelas ruas ao redor eram bem paradas e eu tive que ouvir bastante assédio pra chegar lá, então eu só chamei um Uber pra me deixar lá próximo. Descobri que o Museu ficava próximo da parte mais turística de Salvador: o pelourinho e acabei conhecendo as principais partes (o que mais me chamou a atenção foi ver onde o Michael Jackson gravou o clipe, eles até cobram pra tirar foto lá). A minha experiência no Museu do Carnaval não foi a das melhores, eu realmente não sei o que aconteceu mas todo mundo recebeu fones de ouvido menos eu, e eu achava que eram poucos fones e a família que tava usando ia usar e depois me dar, mas o pessoal que chegou depois ganhou também então eu só percebi que eu tava lá dando voltas igual uma imbecil sem ouvir nada e nem entender nada do que era exposto. Mas pelo que eu vi, o Carlinhos Brown e a Daniela Mercury contribuíram e doaram alguns itens da coleção pessoal deles pro acervo do museu (isso eu li numa plaquinha, sem fones). Eu fiz todo o caminho inverso mas agora a pé e quando cheguei no plano inclinado continuei andando a beira do mar, até chegar na Praia da Preguiça. Era uma praia também bem calminha com pouca gente, e tinha uma faixa específica de areia que tava todo mundo deitado em cima de canga pegando sol e eu garanti o meu espaço lá. Um dos meus maiores choques da cidade grande é como o verde é normalizado em espaços públicos, em Boa Vista nunca vi nada assim, eu acho. Tinha 1 casal do meu lado, uma dupla de amigas e um grupo de amigos, e todos eles estavam fumando maconha. Não que eu tenha problema com isso ou nada mas é uma coisa que me deixa impressionada. 30 de junho de 2024 Meu checkout do airbnb era às 10 da manhã e minha passagem pra Porto Seguro era às 18 horas então eu teria 8 horas andando pra lá e pra cá com mala e eu só não tava afim que isso acontecesse. Pesquisei no Google “guardar malas em salvador” e achei uma espécie de guarda-volumes num hostel e me mandei pra lá. Chegando lá foi meio engraçado porque o sistema acontecia atrás do site e o moço que me recebeu parecia não saber muito que isso tava rolando, na verdade nem português ele sabia falar direito porque era estrangeiro então eu passei uns 10 minutos ali tentando explicar pra ele o que tava acontecendo. Um erro idiota foi eu ter deixado minha mala mas ter levado minha mochila, ai eu fui pra praia com uma mochila enorme de estourando, mas que querendo ou não tinha coisas muito úteis pra mim! Canga, livros, tênis/havaiana, meu tablet… De novo me encostei num canto e fiquei me queimando no sol das 10 horas da manhã junto com outras pessoas por lá, mas o calor ficou insuportável e minha pele começou a coçar, depois que eu conclui que deveria ser por conta do calor, a galera já tava indo embora por volta do meio dia e eu resolvi ir também. Fui almoçar num café a beira da praia que a Deisy tinha me recomendado mas eu sinceramente nem gostei da recomendação: eu pedi um cuscuz com carne seca e o cuscuz veio SECO e sem gosto, eu só fiquei pensando que era muito azar vir pro nordeste e comer cuscuz ruim. Eu bebi suco de cacau lá e não gostei mas depois fiquei pensando que aquele restaurante não devia ser parâmetro pra sabor de nada. De tarde eu dei uma volta no shopping que tem naquele bairro, mas sinceramente a mochila tava tão pesada e meu corpo tava ficando cansado de 10 em 10 minutos que num momento eu só sentei e pedi uma bebida numa cafeteria pra descansar. Fui pro hostel, peguei minhas malas e em seguida fui pra rodoviária. A rodoviária de Salvador é bem movimentada mas não achei perigosa exatamente só mal-organizada em alguns aspectos. Por outro lado, achei a empresa de ônibus super organizada. Eles saíram no horário exato que tava escrito nas passagens, nenhum minuto a mais ou a menos e a estrutura do ônibus também era muito boa. Durante a viagem eu percebi que não tenho falado com ninguém direito e meu whatsapp ficaria parado totalmente se não fosse pelo meu grupo de amigos mais próximos e da minha irmã me mandando foto da minha cachorra. Comecei a chorar pensando que se eu morresse, ficasse perdida ou fosse assaltada ali ninguém ia saber ou iam demorar um tempinho pra descobrir e também chorei de saudades da cat, nem eu sei explicar o que eu tô sentindo, mas é que em Salvador todo mundo parece alegre e simpático e eu tenho que fazer um esforço as vezes pra manter uma conversa e eu só me sinto cansada. 1 de Julho Pra chegar aqui em Caraíva é o maior trâmite: tem que pegar uma balsa de Porto Seguro pro distrito de Arraial d’Ajuda, depois uma van/onibus/transfer ou qualquer veículo de terra pra chegar em Nova Caraíva e atravessar de barquinho até o vilarejo. Eu cheguei em Arraial achando que ia ter que esperar pra caralho alguma van ou ônibus vim mas eu consegui dividir um táxi com um pessoal que também tava na mesma situação que eu. Acabou saindo barato, foi 100 reais pra uns 30km e eu achei que eles fossem pegar mais pesado pra turista. Foi eu, um casal de estrangeiros e um rapaz mais ou menos da minha idade que tava fumando maconha na mesma praça que a gente tava. Ele tinha sotaque paulista e a gente acabou meio que fazendo companhia um pro outro durante todo o trajeto num acordo de silêncio mútuo, tipo, nós dois estávamos na mesma situação(solitários) mas acompanhados um do outro.! Eu cheguei em Caraíva e fui logo procurando algo pra comer, parei no Bendito que depois descobri que é um point aqui de noite, tem programação todos os dias, mas hoje teve forró e tava muito movimentado! Enfim, mas isso é assunto pra mais tarde. Eu pedi meu almoço e a senha do wifi e logo percebi que aquele papo que Caraíva não tem internet deve ser coisa de 2/3 anos atrás porque tinha umas 8 redes Wi-Fi ao meu redor então eu soube que eu não ia passar sufoco em relação a isso. Foi um pouco decepcionante também, porque eu achei que só ia ter Wi-Fi mesmo na pousada.

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